Não se pode deixar de referir a magnífica Igreja do Convento de Cós como passagem obrigatória para quem deseja conhecer um pouco mais da ação colonizadora dos monges cistercienses de Alcobaça.
Cós é uma das antigas povoações do Couto de Mosteiro de Alcobaça. Foi aí que se fixou uma comunidade de religiosas cistercienses. E no séc. XV Santa Maria de Cós tornou-se um dos mais ricos mosteiros femininos da Ordem de Cister Portuguesa.
A Igreja, hoje a ser recuperada, testemunha, no seu esplendor artístico barroco, a riqueza da comunidade e a sua grandeza.
O convento de Santa Maria de Cós foi fundado em 20 de abril de 1279 pelo Abade de Alcobaça D. Fernando, cumprindo disposição testamentária de D. Sancho II. O convento foi reconstruído nos fins do séc. XVII e nada mais resta hoje do que a Igreja, sacristia com os seus anexos e alguns vestígios arruinados do dormitório e do celeiro.
A decoração dos tetos da Igreja e da Sacristia constitui um caso único entre as Abadias cistercienses de Portugal e Espanha. A decoração das cinco filas de caixotões da abóbada integra-se no movimento de pintura sacra, em voga no séc. XVIII.
A Igreja encontra-se dividida a meio por uma grade de clausura em talha dourada. O altar-mor é de bela talha dourada dos fins do séc. XVII, possuindo na tribuna uma escultura da Sagrada Família.
As paredes têm azulejos azuis e brancos – Juncal – do último quartel do séc. XVII. No que diz respeito ao Coro, as suas paredes apresentam-se totalmente forradas de azulejos do séc. XVIII, rodeando um esplêndido cadeiral.
Na parede do fundo do Coro, encontra-se uma porta de estilo manuelino, composta por duas esferas armilares, armas régias e Cruz de Cristo.
Na sacristia, forrada de azulejos azul e branco, historia-se em dez painéis, cenas da vida de Bernardo de Claraval.
Exteriormente, assinalam-se as estátuas de S. Bento e S. Bernardo, encimadas por pilastras, a poente.